Nesta
obra a autora prefere se atrelar as riquezas que estão próximas as pessoas,
carregadas da aparente trivialidade do cotidiano. A autora afirma que estão nas
pequenas coisas que são muito constantemente julgadas insignificantes de
conhecê-las, e que encontramos nesta fonte uma gama enorme de curiosidade. Assim, o seu objetivo é analisar as “pequenas
coisas” que são as coisas do cotidiano, e é por elas que a história é
construída não somente por grandes fatos e nomes, mas principalmente por
pessoas comuns e por seus hábitos e rituais diários.
Vislumbrar a realidade sob a óptica de pessoas
ditas “comuns” e suas praticas, hábitos e ritos que são elaborados no
coloquial, retirando de cena os grandes nomes e aconteci-mentos políticos, não
os exaurindo de sua importância histórica, mas venda a história feita de baixo,
voltando para a história que esta próxima de todos que oferta inúmeras
riquezas, mas esta penetrada pela aparente trivialidade do cotidiano. Seria
então investigar o comportamento por trás da fachada da casa, como eles viviam,
casavam, namoravam eram educados, o que ocorria pro trás dos panos.
Assim
seria uma maneira de mostrar que a historia pode e também e feita por todas as
pessoas e em todos os momentos da vida, nos somente em momentos em que uma dada
minoria tem feitos glorificados e eternizados como extraordinários mostrando e
montando a historia de uma minoria e “aristocrata”. "Esse viés consolida o estudo dos grupos
anônimos (operários, crianças, quilombolas...), iluminando aspectos da vida
deles que até então não eram vistos", diz a historiadora Mary Del Priori.
Implicando à pesquisa pela Micro-História
agindo como intermédio para a desmistificação do conceito de que as praticas, hábitos e ritos do dia a dia da população colocando as em um
“pedestal” no qual representam uma forte base de sustentação, na qual é
“arquitetada” a produção das pequenas estruturas que compõem o emaranhado
social, uma vez que, "a
vida cotidiana não está "fora" da história, mas no "centro"
do acontecer histórico: é a verdadeira
De
acordo com a autora, cotidiana seria uma “esfera privada da vida humana” onde
acontece a constância e conservação de práticas rituais, portanto, seria algo reprodutiva,
que se desviam dos campos político, econômico e social, em oposição, pois fazem
parte da “esfera produtiva”, a vida pública, o lugar “onde a História acontece”,neste
sentido a autora que desviar desta historia dita publica colocando um lugar de extrema
importância para se conceber a historia na parte cotidiana.
Essa dicotomia sobre a vida humana ser
“dividida” em vida pública e vida privada, segundo a autora, insurgiram no
século XVIII com o florescimento da classe burguesa. Tendo uma profunda alteração
nas analogias sociais, na qual acarretou mudanças até mesmo na arquitetura das
casas, que começaram a ser edificadas de maneira a separar o publico do
particular e o local de cultivo da vida material do local de representação da
existência. Por esse motivo, alguns historiadores cogitaram a contradição de se
trabalhar com a noção de cotidiano em períodos anteriores ao século XVIII.
Para
que se fosse capaz de explorar um estudo do cotidiano “imbricado na análise dos
equilíbrios econômicos e sociais que subjazem às decisões e aos conflitos
políticos” (DEL PRIORE, p. 266). Do contrário poderia ser confundido a vida
cotidiana com história do individualismo, ou ate mesmo a historia do “publico”.
Portanto, o cotidiano é o
indivíduo em seu estado particular, privado, sendo simultaneamente um ser
reservado e genérico. Mas, no homem, a peculiaridade expressa não somente um
ser "isolado", mas, além disso, um ser individual, pondo em evidência
que todo homem compartilha da vida cotidiana e toma parte de maneira
determinada do social faz parte da historia, tendo seu papel uma grande
importância.
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